Presidente da SERNAUTO alerta para as consequências da crise do coronavírus

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Em comunicado oficial, María Helena Antolin, presidente da Asociación Española de Proveedores de Automoción, afirma que “não há tempo a perder”. E que “temos de trabalhar a partir de agora na recuperação de nossa indústria”.

No momento crítico que Espanha atravessa, a SERNAUTO reconhece o enorme esforço que está a ser feito pelas autoridades sanitárias, pelas forças de segurança e pelos órgãos do Estado, tal como pelas centenas de transportadoras e de profissionais que prestam serviços essenciais para a sociedade.

O encerramento de atividade nas 17 fábricas de veículos existentes em Espanha, o decréscimo das matrículas de veículos em todos os segmentos de mercado e a drástica queda de 95% na atividade das oficinas, fez com que, desde a declaração do Estado de Emergência, a atividade produtiva dos fabricantes de componentes tivesse sido fortemente afetada, com o encerramento de fábricas e uma solicitação massiva da suspensão temporária de emprego.

A produção dos fornecedores do setor automóvel caiu cerca de 85%, mantendo apenas o que se destina aos mercados que ainda não se encontram fechados, destacando-se o “renascimento” da China e a necessidade de cumprir determinados contratos internacionais.

Muitas unidades de produção de veículos na Europa encontram-se encerradas ou mantêm uma atividade residual de 10 a 15% ligada ao mercado internacional fora da Europa e, em especial para a China, onde a atividade do setor automóvel está a recuperar.

De acordo com as estimativas, prevê-se que a recuperação da atividade não seja imediata. Em vez de 0 a 100%, terá um início progressivo, principalmente tendo em conta a reativação e evolução dos principais mercados.

Em relação às perspetivas de faturação no primeiro trimestre de 2020, é esperada uma queda no volume de negócios acima dos 20%. A presidente da SERNAUTO, María Helena Antolin, alerta que “estamos especialmente preocupados com a queda de faturação prevista para o segundo trimestre, que supomos que vá ser muito superior. Dependerá tanto do tempo que durar o Estado de Emergência como da dinâmica de recuperação da produção e do mercado quando esse período terminar. Alguns indicadores sugerem que pode demorar entre seis e 12 meses para recuperar a faturação que se verificava antes da crise”.

Setor unido jamais será vencido

A SERNAUTO tem participado, ativamente, no comité de crise criado pela Asociación Europea de Proveedores de Automoción (CLEPA), com o intuito de fazer chegar a Bruxelas a voz dos fornecedores espanhóis, ir monitorizando a situação e delinear planos de ação. “Face a esta situação complexa, já estamos a preparar-nos para as diferentes opções, ponderando-os e preparando um plano de choque dinâmico para diferentes cenários de recuperação, mais ou menos restritivos”, afirma María Helena Antolin. “O que parece claro é que não há tempo a perder. Temos de trabalhar a partir de agora na recuperação da nossa indústria”, frisa.

Para tal, a Asociación Española de Proveedores de Automoción (SERNAUTO) está a trabalhar com a ANFAC e a FACONAUTO na elaboração de um plano de choque com medidas para reativar o setor automóvel, que será apresentado em breve ao Governo Espanhol. Medidas que a associação considera necessárias para apoiar a recuperação do mercado e melhorar a competitividade da indústria, a fim de retomar a produção, bem como a atividade comercial para os níveis desejáveis ​​de modo a que o setor continue a ser um dos principais motores da economia espanhola.

Neste plano, a SERNAUTO irá propor medidas urgentes e extraordinárias que servem para minimizar o impacto negativo que esta crise sanitária global está a causar na indústria, de modo a garantir a viabilidade, a competitividade e o emprego num setor que representa 10% do PIB e 9% da população ativa.

De acordo com a presidente da SERNAUTO, o “nosso setor já demonstrou a sua força perante outras crises e assim o fará novamente. Embora o que estejamos a viver não seja comparável a nenhum cenário anterior, tenho certeza de que, com o esforço de todos nós, que constituímos o setor automóvel, poderemos recuperar os níveis alcançados. Hoje, mais do que nunca, precisamos de ser criativos e de reinventar-nos. Temos os melhores profissionais para fazê-lo. E faremos”.

A concluir, María Helena Antolin frisa que “gostaria de reconhecer o trabalho que está a ser realizado por todo o setor, empresas e trabalhadores, para contribuir com o fabrico e a doação de material de saúde. A SERNAUTO agradece aos envolvidos o facto de estes terem aderido tão rapidamente a esta causa, de modo a apoiar uma necessidade urgente, dando, assim, o seu contributo na luta contra esta pandemia”.