Produtos ATE contribuem para mobilidade segura, Peter Wagner, Continental

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Parte do grupo Continental há mais de 20 anos, a marca ATE é especialista em componentes de travagem, com uma gama alargada de peças para o aftermarket, com qualidade de primeiro equipamento. Peter Wagner falou ao JOrnal das oficinas sobre a importância de pertencer a este forte grupo que este ano celebra o 150º aniversário

A marca ATE tem vindo a fornecer os clientes com produtos premium há mais de cem anos. Como parte da Continental, o maior fabricante de equipamento original do mundo, oferece uma grande variedade de peças originais para o mercado das peças de reposição. Estes incluem componentes para travões, peças hidráulicas, sensores, ferramentas e equipamento de teste. Para ir ao encontro das expetativas dos clientes, alguns dos produtos também são fabricados especialmente para o aftermarket. Estes, claro, cumprem os mesmos standards de alta qualidade, tal e qual como os produtos de equipamento original.

Qual é o produto de maior sucesso na gama ATE?
Enquanto especialistas líderes em componentes para travagem, todos os produtos ATE são produzidos com os mais elevados standards de qualidade. Desde componentes para os travões, ou peças hidráulicas como líquido para os travões, até ferramentas especiais e equipamento de teste: cada produto está igualmente bem posicionado nas suas respetivas áreas. São produzidos nas nossas fábricas a nível global, as mesmas que fornecem os fabricantes de equipamento original.

Como se processa o fabrico e o controlo de qualidade?
A ATE estabeleceu os padrões de qualidade de produto logo desde o início. Por esta razão, temos um sistema de gestão de qualidade certificado e compatível com a norma ISO 9001 em cada uma das nossas fábricas. A certificação obriga a grandes exigências ao nível da orientação para o cliente, gestão e instalações de produção. O processo constante de melhoria também é parte integral do standard. Além disso, todos os nossos produtos cumprem os regulamentos definidos pela Comissão Económica para a Europa (ECE). Para assegurar que são compatíveis com a norma ECE-R90 e têm de passar por uma série de testes. As especificações internas da ATE excedem em muito esta norma.

Como é feito o desenvolvimento de novos produtos?
Alguns dos nossos componentes são desenvolvidos para os fabricantes de automóveis equiparem de origem os seus modelos. Contudo, também desenvolvemos produtos especificamente para o aftermarket. Por isso, analisamos os produtos de primeiro equipamento de forma a adaptarmos os nossos próprios produtos o mais próximo possível em termos de qualidade e de performance.

Qual é a maior novidade que a marca tem para lançar este ano?
Desde o ano passado, expandimos o nosso portefólio de produtos para incluir pinças de travão de marca original para o travão elétrico de estacionamento nas cores preto mate, vermelho tornado e azul ultramarino. Também estamos a oferecer um novo líquido de travões premium para o aftermarket: o ATE Super DOT 5.1, que cumpre os requisitos mais elevados e pode ser usado tanto em veículos elétricos como híbridos. Temos mais novidades para anunciar na Automechanika, em setembro.

A ATE eliminou os catálogos em papel. Como é que o mercado reagiu a esta mudança?
Até agora tem sido um sucesso. Passámos da versão impressa para a online por diversas razões: o catálogo online torna a pesquisa e a compra de um produto específico mais simples para os nossos clientes e, claro, podemos adaptar a nossa oferta e tê-la sempre atualizada. Naturalmente, o catálogo online também é muito melhor para o ambiente.

As embalagens mudaram e incluem um QR Code. Quais são as funcionalidades desta novidade?
Com as alterações na embalagem, quisemos dar à marca ATE uma aparência uniformizada e moderna. Também adaptámos o novo design para refletir o nosso portefólio de produtos: categorias de produto diferentes podem agora ser distinguidas umas das outras de forma mais fácil. A ideia por detrás do QR Code é semelhante, queríamos que fosse mais fácil para os nossos clientes verificar que modelos de veículos podem utilizar determinado produto. Ler o código na embalagem direciona o utilizador para o catálogo ATE online, onde fornecemos informação detalhada e as aplicações do artigo. Os dados são atualizados a cada quatro semanas e, por isso, muito mais rigorosas do que a informação que está presente na própria embalagem.

Como funciona a app ATE e que informação disponibiliza às oficinas?
Com a nossa aplicação, as oficinas podem aceder ao portefólio ATE através de um smartphone. O produto certo pode ser encontrado facilmente com uma pesquisa por palavra-chave, veículo ou artigo. A aplicação oferece ainda a verificação de autenticidade: ao ler a etiqueta na caixa, as oficinas podem verificar em segundos se se trata de um produto original ATE.

Qual é a importância do líquido dos travões para o correto funcionamento do sistema de travagem?
O líquido de travões é crucial para a segurança na condução e para o funcionamento suave do sistema de travagem. É responsável por transmitir a força exercida pelo condutor no pedal às pinças e cilindros. Há dois fatores essenciais: a viscosidade do fluido e o ponto de ebulição. O primeiro é importante porque as baixas temperaturas podem tornar o líquido mais viscoso e o último para que não evapore a altas temperaturas. Ambos influenciam o funcionamento de todo o sistema. Como os líquidos de travagem são propícios a absorver as impurezas do ambiente, a parte de água que os compõe aumenta com o tempo e o ponto de ebulição baixa. Para assegurar que o sistema de travagem está a funcionar corretamente, o líquido dos travões deve ser trocado sempre que o nível da água atinja 3,5%.

O que muda no sistema de travagem dos veículos elétricos?
O processo de travagem dos veículos elétricos é diferente dos motores convencionais de combustão. Isto deve-se à regeneração. A regeneração funciona como um travão de motor, uma vez que desacelera o veículo durante a recuperação de energia. O sistema convencional de travagem com discos e pastilhas é usado principalmente em manobras fortes ou abruptas de travagem e, por isso, menos frequentemente. Por esta razão, os travões para os veículos elétricos são objeto de menor utilização e desgaste, pelo que precisam de ser substituídos com menor frequência. Ao mesmo tempo, contudo, os discos de travão tendem a criar ferrugem com maior rapidez, especialmente se não forem muito utilizados. Atualmente os sistemas de travagem dos veículos elétricos são iguais aos dos veículos com motores convencionais, pelo que o portefólio ATE, com provas dadas, é também adequado a veículos com propulsão alternativa.

Qual será o futuro dos componentes de travagem?
Acreditamos que o travão clássico de frição vai continuar a ser uma peça relevante em termos de segurança para o futuro, mesmo que o foco mude no que diz respeito aos componentes. Os discos de duas peças, por exemplo, devem tornar-se mais importantes, pois podem contribuir para a redução global do peso do veículo. A longo prazo, os travões de tambor, que são usados no novo VW ID.3, também vão voltar. São menos suscetíveis à corrosão devido ao seu design encapsulado. Isto torna-os mais adequados para os veículos elétricos, nos quais os travões tendem a desenvolver ferrugem mais rapidamente devido ao processo de regeneração. Como resultado, a frequência de reparação dos veículos elétricos deve reduzir-se cada vez mais.

Qual é a visão da ATE para o futuro da mobilidade automóvel?
A indústria automotive é um cenário em constante mutação. A ATE – e, por arrasto, a Continental – está na frente da exploração dos desafios e tendências do setor, como a mobilidade elétrica e a conetividade. As nossas soluções ajudam a promover a mobilidade segura e sustentável, ao mesmo tempo que também apoiam as oficinas na adaptação a estes desafios, para se manterem competitivas. l