“Temos orgulho naquilo que conseguimos construir”, Joaquim Candeias, Ferdinand Bilstein
Desde 2004 a operar em Portugal, a Ferdinand Bilstein é a casa das marcas de peças de reposição febi, SWAG e Blue Print, para veículos ligeiros e pesados. No ano em que comemora duas décadas no nosso país, o diretor-geral, Joaquim Candeias, faz um balanço positivo do trabalho realizado e assegura que continua a ser extremamente ambicioso para o futuro
Em entrevista ao Jornal das Oficinas, o «senhor aftermarket» conta-nos como foi o crescimento da casa, salienta a importância de respeitar o mercado e revela que tem vários projetos na manga que, cada vez mais, “irão fazer da empresa um player a considerar no mercado”.
Os vinte anos da Ferdinand Bilstein Portugal S.A. foram o mote para uma agradável conversa com aquele que é uma das figuras incontornáveis do aftermarket nacional. Joaquim Candeias, diretor-executivo da empresa, mas também presidente da Divisão Pós-Venda Independente – DPAI da ACAP, recebeu-nos na Venda do Pinheiro, para fazer “um balanço positivo, que se vê pela estrutura que temos hoje, pela organização e pelo posicionamento no mercado”.
Na sua opinião, a Ferdinand Bilstein Portugal S.A. tem vindo a “escrever uma história que é bonita e que o setor aprecia, porque desde a primeira hora sempre respeitámos muito o mercado. Vamos criando respeito e consideração e penso que foi isso que conseguimos construir ao longo destes 20 anos, com uma estrutura cada vez maior, mantendo esses bons princípios”.
Crescimento salutar
Tudo começou com uma empresa do próprio Joaquim Candeias, que fazia importação de peças do Japão, mas “com muitas dificuldades nos prazos de entrega, que eram extremamente longos”. Nessa altura, o responsável encontrou a Automotive Distributors Limited (ADL), em Inglaterra, “que era um bom cliente dos meus fornecedores japoneses e comecei a pedir-lhes algumas peças, que às vezes estavam três ou quatro meses esgotadas. Recordo-me que, de início, pedia 100 filtros e eles enviavam vinte, na semana seguinte tornava a pedir a mesma referência, mais 100, e eles mandavam-me vinte novamente, via-se perfeitamente que tinham stock, mas que mantinham alguma segurança para abastecer o mercado inglês”.
O negócio foi-se desenvolvendo e Joaquim Candeias viu na ADL um parceiro que lhe permitiu “alargar o portfólio, uma vez que, sendo o nosso mercado bastante pequeno, havia referências em que as quantidades mínimas a importar do Japão eram demasiadas. Se eu fizesse um pedido de quantidade mínima de um disco de embraiagem, depois tinha stock para dez anos… então, comecei a pedir essas referências à Inglaterra e fui-me ligando à Blue Print”. Posteriormente, ajudou-os a desenvolver o negócio em Espanha e, em 2003, “o chairman da ADL, que detinha a maioria do capital, começou a andar de volta de mim, passava aqui semanas inteiras e desafiou-me a fazer qualquer coisa em conjunto. Em setembro de 2003 decidimos que fazia sentido ter uma sucursal, porque era a única possibilidade de transferir a mercadoria de Inglaterra para cá sem taxas adicionais e criámos a Automotive Distributors Limited Sucursal em Portugal, ADL SeP”, conta Joaquim Candeias.
A 2 de janeiro de 2004, abria as portas a ADL SeP, com um armazém de 700 m2 na zona industrial da Venda do Pinheiro e uma equipa de sete pessoas.
O interesse alemão
Com isto, Joaquim Candeias passou a integrar o «board» da empresa em Inglaterra, relembra, “passámos a ser sete, seis ingleses e eu, que era o único que não era inglês. O meu título, na altura, era Managing Director for European Operations, portanto, tinha a responsabilidade de tudo que era fora de Inglaterra”.
Primeiro Portugal, depois Espanha e mais tarde Itália fez com que a ADL se envolvesse cada vez mais no mercado europeu, passando a liderar por volta de 2009, “com grandes perspetivas de crescimento”, o que levou ao aparecimento “dos alemães da febi, a Ferdinand Bilstein GmbH, que queriam comprar um player de peças asiáticas, porque eram muito fortes com a febi e já tinham a SWAG como segunda marca. Então, começaram a andar de volta de nós, em 2010, para comprar, a venda foi efetuada a 4 janeiro de 2011 e fomos absorvidos pela febi”, explica o diretor-executivo. Em setembro de 2012, na feira de Frankfurt, aparece a imagem do bilstein group, por cima das três marcas, a febi, a SWAG e a Blue Print. “Aqui em Portugal tínhamos a Blue Print, arrancámos em 2013 com a SWAG e tínhamos um agente que fazia a distribuição da febi, que era o senhor Jochen Staedler, proprietário da AleCarPeças, e eu achei que a melhor maneira de não criar conflitos era respeitar o trabalho que estava a ser feito. Fomos, a pouco e pouco, tendo um relacionamento melhor, muito são, aberto e esclarecido e só em 2015 começámos com a febi”, recorda.
Por questões fiscais, “a partir do momento em que a empresa atingiu o «breakeven» e começou a ser rentável, pagávamos impostos em Portugal sobre a rentabilidade da empresa e o restante era transferido para Inglaterra e era duplamente tributado. Portanto, era essencial acabarmos com a sucursal e criámos uma subsidiária que, nesse caso, só paga os impostos no país onde está”. Nasce assim, em janeiro de 2015, a Ferdinand Bilstein Portugal S.A.
Ainda há muito por contar, por isso, fique a par da entrevista completa na edição impressa do Jornal das Oficinas de agosto/setembro, aqui.