Ligue-se a um mercado crescente

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Vários fatores relacionados com questões económicas e ambientais têm motivado uma mudança radical da forma como os condutores encaram os grupos motopropulsores dos veículos. Isto está a levar cada vez mais a novas adaptações de tecnologias já existentes e à aposta nos veículos elétricos

O mercado de VEH – Veículos Elétricos e Híbridos continua em alta. Segundo dados da ACAP, Portugal conta atualmente com mais de 65.000 veículos elétricos e híbridos que já representam 1,3% do parque de ligeiros de passageiros (puro elétrico: 0,3%).

Com uma fatia de 21% no total de Elétricos e Híbridos, os puro elétrico têm apresentado uma variação média nos últimos 5 anos de 113%. Se contarmos também com os híbridos, esse crescimento ronda os 67%.

De salientar ainda que 19% dos veículos ligeiros passageiros matriculados atualmente são elétricos/híbridos. As matrículas de puro elétrico não chegavam a 1% em 2017, neste momento já representam 5% do total.

Em 2020, a situação pandémica não afetou a tendência do aumento de venda de viaturas com energias alternativas – elétricas, híbridas e híbridas plug-in – que, em conjunto, já representam 15,5% do total de viaturas novas de passageiros vendidas em Portugal.

A percentagem de venda de viaturas com energias alternativas sobre o total de vendas de viaturas ligeiras de passageiros em Portugal, cresceu mais de metade face a 2019. Esta é uma tendência impensável há poucos anos, por exemplo, em 2016 havia ainda um total domínio dos veículos de combustão interna, motores diesel e gasolina que representavam cerca de 97% do mercado de venda de ligeiros de passageiros.

Para o crescimento destes números têm sido fundamentais os apoios disponibilizados pelo governo português a particulares e a empresas. Em 2021, os apoios à compra de carro elétrico voltaram, com incentivos para os particulares e para as empresas, embora as viaturas híbridas e plug-in híbrida, tenham uma limitação dos incentivos. Tendo em conta estes dados faz todo o sentido as oficinas estarem atualizadas naquela que será certamente a tendência de mobilidade no futuro próximo.

Acompanhar as tendências
Os veículos elétricos puros não são uma solução simples quer em termos técnicos quer económicos, pelo que, embora os mesmos venham a fazer parte de uma solução de mobilidade que está em desenvolvimento, existirão outras soluções que partilham o melhor de ambos os mundos. Estas soluções fazem parte da oferta das marcas há mais de uma década em número crescente e a quota de mercado das mesmas está a crescer exponencialmente.

Embora existam interpretações claramente diferentes sobre como a eletricidade pode ser utilizada para propulsionar os veículos, por definição todos eles têm uma bateria e necessitam de equipamento e de formação técnica especializada para que se possam proporcionar os requisitos de serviço e manutenção. Este é atualmente um setor do mercado em rápida expansão e de acordo com a legislação europeia, estes veículos (como qualquer outro veículo novo) pode ser, desde o primeiro dia, sujeito a manutenção e reparado em oficinas independentes.

Contudo, se considerarmos os veículos híbridos existentes, como o Toyota Prius, eles têm circulado nas estradas portuguesas há mais de 10 anos, mas proporcionalmente, mantiveram-se mais em oficinas de concessionários principais em vez de se dirigirem, como habitualmente, a oficinas independentes após atingirem três ou quatro anos. É evidente que existe um mercado em crescimento e, em condições normais, as empresas teriam tirado partido deste potencial crescimento. Posto isto, e sendo objetivos, porque é que as oficinas independentes não estão a atrair estes tipos de veículos?

É provável que existam duas razões fundamentais. A primeira, uma falta quer de confiança quer de competência para se conseguir trabalhar nos veículos elétricos, mas isto é facilmente retificado com o equipamento adequado e formação técnica, estando agora tudo isto amplamente disponível. A segunda é a promoção das capacidades das oficinas junto dos condutores destes tipos de veículos.

Uma vez formadas e equipadas, existe uma terceira oportunidade de incluir quer veículos comerciais ligeiros elétricos, quer motociclos de duas rodas, mas cada vez mais, pequenos automóveis/furgões elétricos serão homologados nesta categoria, pelo que as linhas entre motociclos convencionais, quadriciclos e pequenos automóveis/furgões se irão esbater progressivamente.

Esta é uma oportunidade privilegiada nas áreas urbanas, onde estes veículos mais pequenos são mais utilizados, mas também existem muitas oportunidades fora das vilas e cidades, visto que a população rural também entende e tira partido das vantagens dos veículos híbridos plug-in e elétricos.

À medida que o desenvolvimento dos diversos modelos de híbridos elétricos evolui, os mesmos mantêm-se dependentes de um motor de combustão interna e é provável que esta se mantenha a opção dominante em relação aos elétricos puros, quanto mais não seja porque a capacidade de carregamento e a infraestrutura da rede não permitirão lidar com grandes volumes de VE em circulação.

Portanto, é necessário um investimento em formação e equipamento, em conjunto com uma acreditação técnica combinada com marketing adicional para promover os seus novos serviços destinados aos condutores de veículos elétricos, para se “ligar” a esta nova oportunidade e aderir a esta evolução na tecnologia dos grupos motopropulsores dos veículos, garantindo que a sua empresa é capaz de ser competitiva e de crescer para estar à altura das respetivas mudanças na conceção de veículos.

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