“O empenho e profissionalismo da equipa de peças é reconhecido”, Paulo Mota, Univex

01 - Paulo Oliveira Paulo Mota Univex

A UNIVEX, uma empresa dentro do universo do Grupo Astara, nasce nos anos 60 resultado da vontade de alguns amigos, todos já com experiência no setor automóvel. Fundaram a empresa com as representações das marcas Fiat, Styer e Fuso, comércio e reparação de camiões. O Jornal das Oficinas esteve à conversa com Paulo Mota, administrador da empresa, e conta-lhe tudo nesta entrevista

A origem do nome UNIVEX resulta da abreviatura do slogan “Unidos Venceremos! Rapidamente passou a ser considerada como uma das maiores empresas no seu ramo a nível nacional, e na década de 80 passa a representar a Mitsubishi Auto como sua distribuidora oficial para Portugal. Em 1989, a UNIVEX passa o testemunho da representação da Mitsubishi e Fuso à M.M.P. (Mitsubishi Motors Portugal), passando mais tarde a ficar com a responsabilidade de Concessionário Oficial da Mitsubishi e Fuso em Lisboa e anos depois também em Cascais. Em 2015, tanto a M.M.P. como a Univex são adquiridas pelo Grupo Astara, contando com vasta experiência a nível internacional na importação e distribuição de várias marcas automóveis, em Portugal, Espanha e vários países da América Latina. 2021 é ano em que a Univex alarga fortemente o seu portfólio, com a introdução da comercialização da Aiways, Maxus, Piaggio Comercial e Isuzu. Em 2024 a Univex reforçou o seu portfólio com a entrada de uma nova marca, a KGM.

Como funciona o vosso departamento de peças e qual a sua importância para o negócio da empresa?

O nosso departamento de peças funciona tanto numa vertente interna como externa, comercializamos as peças de todas as marcas que representamos, nos dois polos onde estamos, Lisboa (Chelas) e Cascais (Alcabideche), monitorizamos e calculamos as existências e encomendas em função do consumo, sempre acautelando antecipadamente as solicitações do cliente interno e externo. Desta forma, com esta gestão evita-se rutura ou excesso de stock. Oferecemos aconselhamento técnico e soluções personalizadas. O departamento de peças contribui fortemente para a nossa organização e respetivos resultados.

Como é constituído o vosso portfólio de marcas originais e quantas referências de peças têm em stock?
Neste momento temos um portfólio de oito marcas do mercado automóvel, Mitsubishi, Fuso, Kia, Suzuki, Isuzu, KGM, Maxus e Piaggio Comerciais, para esta marcas temos cerca de 2.000 referências. Também comercializamos as peças Galloper, marca que representámos no passado.

Está previsto virem a comercializar também marcas aftermarket?
Estamos muito vocacionados para as peças de origem das marcas que representamos, as peças aftermarket neste momento só fazem sentido para viaturas muito antigas onde já não é possível fornecer peças de origem ou o valor da viatura já não o justifica. Existe muita oferta no mercado, para estar presente neste segmento exige escala, é algo que neste momento não se apresenta como prioritário.

Para além das peças de origem também comercializam lubrificantes da Galp. Porque escolheram esta marca?
Trata-se de um grande fabricante nacional com produtos de excelência que garantem a qualidade do produto. Para além disso as marcas que representamos também reconhecem este fabricante como o mais recomendável.

Qual a importância das oficinas independentes para o vosso negócio de comercialização de peças?
Todos os clientes para nós são importantes, sejam eles particulares ou oficinas independentes, qualquer um deles tem grande importância no nosso negócio. No entanto as oficinas independentes representam a maior fatia das nossas vendas ao balcão, cerca de 90%. Isso obriga-nos a uma atenção especial relativamente às necessidades dos nossos clientes para que possam contar sempre connosco como parceiros de confiança. Também exportamos peças para reparadores de países de língua Portuguesa.

Consideram que o canal das oficinas independentes ainda tem potencial de crescimento?
É difícil de avaliar, tendo em conta que as oficinas independentes assistem maioritariamente viaturas que já estão fora de garantia associado ao facto do crescimento do parque automóvel estar a ser feito pela via de viaturas eletrificadas, consideramos que vai depender muito da capacidade técnica que os independentes irão ter com este tipo de viaturas. Para já apenas conseguem fazer operações simples, peças de desgaste, travões, pneus. As oficinas independentes não possuem o conhecimento do produto, provocando custos desnecessários para o cliente, tendo como exemplo a colocação de material não necessário. Por vezes, somos solicitados, pelos independentes, para solucionar avarias que não conseguem resolver.

O aumento de marcas e gamas de produto exige mais espaço. Como estão a conseguir gerir o armazenamento das peças?
Estamos a crescer e a representar mais marcas, a última foi a KGM, o que obriga fazer alterações do nosso armazém principal. Temos de ser mais criteriosos na utilização do espaço, reduzir os espaços mortos e aumentar a nossa capacidade de stock com o alargamento da plataforma de armazenamento aérea, mais pisos no mesmo espaço.

Como funciona a vossa logística de entrega de peças nas oficinas?
Não temos logística própria de entrega de peças, temos acordos com empresas de transporte, especializadas e reconhecidas, que nos dão a confiança e a certeza de fazer chegar as peças aos nossos clientes em 24h em qualquer parte do país e nas ilhas num curto espaço de tempo. Conseguimos assim a confiança dos nossos clientes.

Têm tido problemas com as devoluções? Como estão a gerir esta situação?
Felizmente temos poucas devoluções, isto demonstra a responsabilidade e o profissionalismo da equipa de caixeiros de peças da nossa empresa, sempre que exista dúvida falam sempre com o cliente antes de efetuar a encomenda. As poucas devoluções que aparecem tentamos sempre resolver da melhor forma possível para que nem o cliente nem a UNIVEX fique prejudicada, nas devoluções nunca existe um “não”, existe sempre uma alternativa.

Como tem evoluído a vossa plataforma B2B? Quais as principais funcionalidades?
A partir da nossa plataforma os clientes podem consultar as peças que necessitam, contudo obriga a uma familiarização não só com a plataforma como com o produto. Ainda que dêmos formação, e porque somos muito procurados para peças cativas, muitas vezes o cliente sente-se inseguro na identificação das peças, acabando por fazê-lo junto dos nossos colaboradores. Estamos a conseguir prestar esse serviço e assim sendo também preferimos não incentivar a utilização da mesma, sobretudo com quem tem mais dificuldades.

Como é constituído o vosso Call Center? Quantos pedidos processam por dia?
No nosso departamento de peças temos um atendimento personalizado com uma grande capacidade de resposta para o nosso cliente (interno e externo). Processamos diariamente em Lisboa acima dos 80 pedidos e em Cascais 35, chegam-nos por mail, telefone, whatsapp e até presencial. O empenho e profissionalismo da equipa de peças é reconhecido.

Os veículos elétricos requerem menos manutenção do que os veículos a combustão. Como a UNIVEX está a preparar-se para esta realidade?

Saiba a resposta a esta e a outras questões na edição impressa do Jornal das Oficinas de dezembro 2024/janeiro 2025, aqui.