“A Academia é como uma locomotiva da empresa”, Luís Santos, Impoeste
A Impoeste foi a primeira empresa portuguesa a criar um centro de formação independente. Nos seus anos áureos, na década de 90, formou entre 200 a 300 participantes por ano. Com a evolução do mercado, a empresa decidiu reformular a filosofia da Academia e a sua estratégia de negócio, apresentando agora várias novidades ao setor de repintura automóvel
O setor de repintura automóvel tem enfrentado desafios significativos nos últimos tempos, com mudanças no mercado que trazem incertezas e preocupações. A evolução das tecnologias, as flutuações económicas, e as novas exigências ambientais têm impactado a rentabilidade e a forma como as oficinas operam. Apesar deste cenário menos otimista, a Impoeste tem-se destacado por antecipar estas transformações, apostando fortemente na digitalização dos processos e na adoção de soluções inovadoras. Em entrevista ao JO, Luís Santos, diretor geral da Impoeste, destacou o compromisso da empresa em fornecer novos produtos, ferramentas e serviços – como um novo conteúdo programático – no Centro de Formação, que ajudarão as oficinas a enfrentar os desafios atuais e a assegurar um futuro mais sustentável.
Quais as marcas de tintas para repintura automóvel comercializadas pela Impoeste e qual o seu posicionamento no mercado?
A nossa decisão de reorganizar a oferta ao mercado foi baseada na clara perceção da bipolarização existente. De um lado, temos as grandes oficinas, organizações e marcas; de outro, as pequenas oficinas, organizações e marcas. Observamos que há muitas organizações que estão focadas nos processos, rentabilidade e produtividade, enquanto uma parte significativa do mercado está muito centrada no preço do produto e no custo da reparação. Dito isso, decidimos reorganizar a nossa oferta para se alinhar a esses dois segmentos do mercado. A primeira marca é a VALUE-PRO, do grupo PPG, que oferece uma excelente relação qualidade/preço, focada no mercado multimarca de pequena dimensão. Dispõe de ferramentas digitais de cor, formação e acompanhamento, sendo ideal para pequenas oficinas de repintura automóvel. Por outro lado, temos a NEXA AUTOCOLOR, também do grupo PPG, que tem feito investimentos poderosíssimos em ferramentas de digitalização da cor e da atividade de pintura, e estamos comprometidos em fortalecer a sua presença no mercado.
Para além das marcas de tintas, quais os outros produtos e equipamentos que comercializam para as oficinas de repintura?
Estamos fortemente focados na produtividade e na rentabilidade, por isso trabalhamos principalmente com as marcas Colad e 3M, que constituem a maior parte dos consumíveis e produtos auxiliares para pintura. Oferecemos uma ampla gama de produtos essenciais, como fitas de papel e plástico para isolamento, máscaras de pintura, lixas, scotch-brite e copos descartáveis. Estes são itens de grande consumo, fundamentais para o trabalho diário nas oficinas. Paralelamente a estas duas marcas, temos também algumas que distribuímos em exclusivo, como é o caso da VABER, um fabricante italiano de mastiques e produtos químicos, altamente especializado na indústria e na reparação automóvel. Por fim, contamos com os pequenos equipamentos, como pistolas de pintura e máquinas de lixar, com destaque para a IWATA e a gama de equipamentos da 3M.
Como caracteriza as soluções de gestão digital da cor que a nova marca VALUE-PRO disponibiliza para as oficinas de colisão?
A VALUE-PRO oferece soluções de mercado que, na minha opinião, são de topo no que diz respeito à digitalização de todo o processo. A marca conta com um espectrofotómetro e um sistema informático avançado de última geração. Além disso, as ferramentas de cor da PPG são compartilhadas com todas as marcas. A gama VALUE-PRO possui uma linha completa de produtos para ajudar a oficina a obter facilmente os melhores acabamentos em reparações de qualquer tamanho e durante estações quentes ou frias. Entre eles, poderá encontrar o Verniz UHS – VP390-4050, para grandes reparações, ou o Verniz Rápido UHS – VP390-4060, para pequenos trabalhos graças à sua capacidade de secagem em 15 minutos a 60ºC. O profissional tem ainda à sua disposição cinco aparelhos e primários para diferentes necessidades e métodos de aplicação. Uma gama cuidadosamente selecionada de diluentes, catalisadores e produtos de limpeza completa a solução VALUE-PRO.
A Impoeste sempre foi reconhecida pela formação disponibilizada aos clientes. Como funciona atualmente a Academia de Formação?
A Impoeste foi a primeira empresa a ter um centro de formação independente, formando 200 a 300 participantes por ano, um grande sucesso entre 1990 e 2008. Houve um percurso notável, com formações sempre cheias e profundas transformações no mercado. No entanto, com a estagnação da indústria, tivemos que repensar o significado do centro de formação para nós e para os nossos clientes. Renovamos a imagem e o conteúdo programático, adotando uma nova filosofia refletida no nosso novo logótipo. Essa mudança alinha-se ao desenvolvimento estratégico da empresa para os próximos 10 anos. O conceito que orienta o Centro de Formação é o mesmo que guia o nosso caminho comercial, pois entendemos a Academia como a locomotiva da empresa, que deve puxar e indicar o caminho para quem vem atrás.
Como é constituída a vossa rede de distribuidores e como tem sido o seu desempenho?
A rede de distribuidores é, no fundo, a herança dos negócios anteriores. Está constituída por pequenos distribuidores regionais, que lutam para promover a marca ou as marcas na sua área de influência regional. No entanto, o que tem vindo a acontecer é que o mercado é muito ingrato em relação a custos, preços, condições e tipos de produtos. Nota-se que a grande franja de distribuidores começa a ter uma característica multimarca, para além daquilo que é a marca própria. E, essa tendência, faz com que a distribuição se torne refém das suas próprias decisões, optando por soluções mais baratas que resultam em menores margens de lucro, reduzindo a capacidade de investimento e de sustentabilidade do negócio.
Que novidades podemos esperar da Impoeste nos próximos tempos? Saiba a resposta a esta e a outras questões na edição impressa do Jornal das Oficinas de agosto/setembro, aqui.