“A aparência muda, mas a essência fica”, Luís Almeida, Japopeças
A Japopeças distingue-se como uma empresa “Original no Aftermarket” não fosse a oferta atual da empresa composta por estes dois ramos. No último ano a empresa tem consolidado a sua imagem corporativa, lançada em março de 2020, sob o lema “A aparência muda com o tempo, a essência permanece”.
Dentro do segmento aftermarket tem uma cobertura total no asiático e parcial no Europeu no que a mecânica diz respeito, representadas por marcas tais como: Aisin, KYB, Ashika, Kavo, Exedy, FBK, NKS Parts, entre outras. Já no segmento original a oferta é composta exclusivamente por marcas asiáticas tais como: Toyota, Mitsubishi, Nissan, Hyundai, Kia, Suzuki e Honda.
Marcar a diferença sem nunca esquecer os seus valores, é outro dos objetivos da empresa, para isso, a Japopeças prepara-se para fazer uma alteração total à sua plataforma online, com o objetivo, de proporcionar aos seus clientes e fornecedores uma melhor experiência.
Como tem corrido a consolidação da vossa nova imagem corporativa que foi lançada em plena pandemia? Porque decidiram alterar a vossa imagem?
A decisão de atualizar a nossa imagem partiu da vontade de refrescar e modernizar a comunicação transmitindo dinamismo, vitalidade e horizonte de futuro sob o lema “A aparência muda com o tempo, a essência permanece”, porque nos princípios e valores queremos manter o que sempre fomos.
A nova imagem foi lançada em Março de 2020, precisamente aquando do surgimento da pandemia em Portugal, o que foi particularmente desafiante.
Estamos muito satisfeitos com o resultado elegendo como marco o nosso stand na Expomecânica 2021 que nos permitiu finalmente revelar toda a amplitude visual da marca.
O aumento do número de marcas e de referências exige mais espaço de armazenamento. Como estão a resolver esta situação para aumentar o vosso stock?
A Japopeças inaugurou o seu novo armazém em Outubro de 2016, pensado e construído para acomodar a oferta então existente já com espaço suficiente para o desenvolvimento de novos projetos. Ainda não esgotámos a capacidade instalada pelo que este aspeto estava acautelado não criando dificuldades no presente.
Está previsto o lançamento de mais marcas e novas linhas de produto?
O passado recente tem sido marcado pela introdução de novas linhas de produto de marcas que já fazem parte da nossa oferta, e esse é o foco e objetivo num futuro próximo.
Desenvolvemos um trabalho personalizado com as marcas de 1º equipamento, pelo que mais do que a quantidade de marcas no nosso portfólio, apostamos na profundidade e disponibilidade das que representamos.
Nunca fechamos a porta a novas oportunidades, marcas ou linhas de produtos desde que as mesmas assegurem a qualidade das existentes e que acrescentem valor pela sua diferenciação.
O custo médio das peças vai continuar a aumentar em 2022. Que efeitos esta situação poderá trazer para o mercado?
Antes de tudo o mais, é um contexto que penaliza os consumidores que são confrontados com um custo de vida cada vez maior enfrentando dificuldades adicionais.
O efeito no mercado é ambivalente, se por um lado o aumento dos preços se pode traduzir em maior volume de faturação, por outro lado quantitativamente não percecionamos que o mercado esteja a crescer por força do contexto económico global. Qual dos dois fatores pesará mais só o tempo dirá.
Considera que os utilizadores vão privilegiar as marcas low-cost em detrimento das premium, como alternativa à escalada de preços?
Com o envelhecimento do parque automóvel circulante o valor residual das viaturas é cada vez menor, sendo esse um fator determinante quanto à decisão na hora da reparação/manutenção. Em consequência, acreditamos que a apetência pelas marcas “low-cost” poderá aumentar.
Face às dificuldades com os transportes e à falta de matérias primas, até quando poderá haver escassez de oferta de produto?
Vemos sinais no mercado de que o pico da situação de escassez de produto já tenha sido ultrapassado, as cadeias de abastecimento não tendo ultrapassado todas as dificuldades já asseguram níveis mínimos de serviço, pelo que estamos convictos que 2023 trará maior estabilização da oferta.
Quais são os pontos chave que definem a atividade do pós-venda automóvel em Portugal neste período pós-pandemia que agora estamos a viver?
Stock disponível, rapidez de resposta, agilidade e capacidade de adaptação constante.
A idade média do parque automóvel continua a aumentar. Considera que esta situação é benéfica para a venda de peças?
Sim, existe uma correlação positiva entre a idade do parque automóvel e a necessidade de manutenção/reparação das viaturas, que é benéfica para a venda de peças.
Os carros elétricos têm menos 60 a 70% da manutenção da que têm atualmente os carros com motor a combustão. O que está a fazer a sua empresa para compensar esta quebra de negócio?
No presente em virtude do aumento da idade média do parque automóvel e da escassez de viaturas novas para entrega a quebra de negócio ainda não é notória, contudo, o número atual da venda de carros novos já releva um crescimento exponencial dos elétricos, HEV e PHEV que impactará a curto/médio prazo o negócio atual. O caminho passará necessariamente por novas áreas de negócio diferentes das relacionadas com a combustão.
No atual panorama financeiro e económico ganhará protagonismo a solução peças reconstruídas?
Temos pouco conhecimento sobre esta matéria especificamente, consideramos que as mesmas têm o seu espaço e que do ponto de vista ambiental a reconstrução de alguns componentes faz todo o sentido.
O custo logístico da entrega das peças nas oficinas tem vindo a aumentar. Compensa ao distribuidor/retalhista suportar este custo?
A Japopeças enquanto distribuidor apenas desenvolve o seu negócio para o retalho pelo que é uma questão com a qual não somos confrontados porque não fazemos entregas por meios próprios. Isto não invalida que conheçamos a realidade dos nossos clientes e que tenhamos uma opinião sobre os custos que os mesmos suportam com o sistema de entregas às oficinas que é cada vez maior.
Julgamos ser difícil haver margem para sustentar esse serviço de entrega, especialmente com a quantidade de entregas a que assistimos em diversos mercados regionais.
Assegurar este serviço de entregas requer muitos recursos materiais e humanos que acarretam um custo operacional muito elevado, a nosso ver difícil de compatibilizar com as margens de comercialização que o mercado impõe atualmente.
Sabemos que vão fazer uma alteração à vossa plataforma online, quais os novos aspetos?
Efetivamente trata-se do maior projeto e aposta que temos no horizonte. Teremos como base a plataforma atual que cumpre o seu propósito ainda hoje adicionando novas funcionalidades e melhorando as existentes. Desde logo, procuraremos melhorar a experiência do utilizador no catálogo online desde a identificação de material até à execução da encomenda.
Procuraremos também aprimorar a área de devoluções e garantias, a área administrativa entre outras funcionalidades que tornem a experiência do utilizador mais interativa e automatizada.
Como definem a vossa plataforma B2B a nível de rapidez e eficiência?
Em 2016, aquando do seu lançamento ficámos satisfeitos com o resultado. Naturalmente passados 6 anos e com a evolução do digital reconhecemos que a plataforma atual está aquém dos padrões que desejamos, motivo pelo qual esse será o foco de desenvolvimento da Japopeças a breve trecho.
O seu desenvolvimento já estava planeado para 2020 tendo sido atropelado pelos acontecimentos relacionados com a pandemia pelo que contamos ter condições para dar início a esta empreitada em Janeiro de 2023.
Como estão a conseguir fidelizar os vossos clientes numa altura em que a concorrência é cada vez maior?
A Japopeças, desde a sua fundação, procura prestar um serviço altamente profissional, competente, rápido e eficaz suportado por uma elevada disponibilidade de stock. De igual forma, sempre demos primazia à qualidade dos produtos comercializados patente nas marcas de 1º equipamento que representamos. Por fim pautamos a nossa política comercial por princípios e valores claros, transparentes e públicos que têm merecido o reconhecimento e a confiança dos nossos parceiros.
Não damos nada por adquirido, pelo que todos os dias, com profissionalismo, trabalho e dedicação procuramos merecer a preferência e confiança dos nossos clientes.
Com o atual contexto de inflação em que vivemos, qual tem sido o impacto na política comercial, no presente e no futuro da Japopeças?
A nossa política comercial em nada mudou estando assente em critérios estáveis, transparentes e públicos, sendo do conhecimento de todos os nossos parceiros. O presente contexto inflacionário para nós já começou em 2020 com sucessivos aumentos dos fabricantes que nem sempre fomos imputando a par e passo, contudo, necessariamente esse ajuste é e foi sendo feito, sob pena de comprometer a sustentabilidade do negócio e de garantir a cada momento o melhor serviço ao cliente.
Que desafios se colocam mais no futuro da vossa empresa?
Na última década convivemos com mudanças significativas no nosso mercado por via de aquisições e/ou fusões, de formação de grupos e redes tanto de retalho como oficinas e todos estes fenómenos acrescentam competitividade.
Pese este “estado da arte” destacamos claramente o fim anunciado dos veículos a combustão que mudarão por completo o paradigma do nosso mercado, e necessariamente, da Japopeças.
Como está a ser o desempenho da vossa empresa em 2022?
Invariavelmente procuramos em primeiro lugar igualar o desempenho do ano anterior procurando crescer sustentadamente ano após ano. Temos sido capazes de o fazer nos anos transatos num contexto muito difícil que se mantém, nomeadamente a escassez de produto que ainda teve impacto no primeiro semestre de 2022 que fechou praticamente em linha com 2021.