“A liderança eficaz é fundamental para enfrentar os desafios modernos”, Rita Castaño e Patrícia Barardo, GO Coaching
Liderada por mulheres, a GO Coaching é uma empresa portuguesa que oferece soluções inovadoras de formação e coaching. Utilizando o modelo GROW, reconhecido mundialmente, a empresa consegue potenciar talentos e desfazer obstáculos. Quem o diz são as próprias organizações com quem trabalham
Em 2013, Rita Castaño, formada em Psicologia Organizacional e pós-graduada em Marketing Management e Coaching Psicológico, fundou a GO Coaching, movida pela paixão de trabalhar o potencial humano e desenvolver talentos. Ao longo da sua carreira, colaborou com as principais consultoras de RH do país, gerindo projetos formativos para grandes empresas como a Caixa Geral de Depósitos, ANA Aeroportos, EDP e Farfetch.
Patrícia Barardo é formada em Psicologia Educacional e pós-graduada em Ciências da Educação, com especialização em Formação de Adultos e Coaching Psicológico. Trabalhou com diversas consultoras de RH em projetos para clientes como Adidas, EDP e SONAE, além de ter experiências internacionais em Angola. A partir de 2010, começou a desenvolver ações de consultoria e formações em áreas como liderança, gestão da mudança, trabalho em equipa e gestão de Conflitos. Em 2017, aceitou o convite de Rita Castaño para juntar-se ao seu projeto de sonho – a GO Coaching – e fazer a diferença na vida de tantas pessoas e empresas.
Com base na área da psicologia, a empresa ajuda líderes a maximizar o desempenho das suas equipas utilizando o modelo GROW, que significa Goals (Metas ou Objetivos), Reality (Realidade), Options (Opções) e Will (Compromisso). Este método, amplamente reconhecido, potencia o desenvolvimento de competências individuais, permitindo avaliar a realidade atual, definir objetivos claros, explorar opções e estabelecer um compromisso com ações específicas. Dessa forma, permite facilitar o desenvolvimento e empoderamento pessoal, bem como profissional, de indivíduos, equipas e organizações. Atualmente, a empresa conta com uma carteira de mais de 27 clientes, incluindo empresas como Carglass, Critical Manufacturing, IKEA, Hospital da Luz, EDP, REN e Leroy Merlin. No setor do aftermarket, uma liderança eficaz não se restringe apenas à gestão eficiente das operações diárias. Envolve também a capacidade de inovar, adaptar-se rapidamente às mudanças de mercado e construir equipas coesas e motivadas.
Para entender melhor o perfil de liderança necessário num ambiente tão dinâmico e competitivo como o do pós-venda automóvel, o JO conversou com Rita Castaño e Patrícia Barardo, Psicólogas e Coaches na GO Coaching.
Quais são as principais características que um líder deve possuir para ser bem sucedido?
Um líder bem-sucedido deve possuir uma combinação de várias características essenciais. Do nosso ponto de vista, e em primeiro lugar, é essencial uma visão estratégica bem clara e definida, pois permite ao líder visualizar o futuro da organização e definir uma direção clara para alcançá-lo. A comunicação eficaz é outra característica indispensável de modo a ser capaz de comunicar as suas ideias de forma clara, transparente e honesta. A empatia é igualmente crucial para compreender os sentimentos e perspetivas dos outros, fortalecendo a coesão e o alinhamento da equipa. Por último, temos três características que também consideramos importantes atendendo à experiência nos acompanhamentos que temos em clientes de diferentes áreas de negócio: a integridade – vital para demonstrar honestidade e ética em todas as ações; a adaptabilidade – que permite que o líder se ajuste rapidamente a novas situações e desafios e a resiliência – que promove a forma como se lida com os contratempos e a persistir diante das adversidades.
De que forma um líder pode motivar uma equipa num ambiente tão competitivo como o do aftermarket?
Motivar uma equipa num ambiente competitivo como o do aftermarket requer estratégias específicas. Reconhecimento e recompensa são essenciais; celebrar as conquistas da equipa e oferecer recompensas significativas (não só financeiras) são alguns dos alicerces para manter os colaboradores motivados e alinhados com a empresa. O desenvolvimento profissional, principalmente de soft skills, é igualmente importante, proporcionando oportunidades de crescimento e aprendizagem contínua. Estabelecer objetivos claros direciona e motiva a equipa, enquanto criar um ambiente de trabalho positivo e com segurança psicológica promove relações saudáveis, colaborativas e de suporte. Um enorme desafio é garantir o alinhamento dos diferentes elementos da equipa nas decisões e processos. Mas sabemos que ao promovermos uma maior sensação de propriedade e responsabilidade, bem como fornecer feedback constante, ajuda as equipas a estarem aptas a dar uma resposta eficaz às questões diárias e a manter a motivação de todos.
Como pode o gestor da empresa ser também um gestor de pessoas eficaz?
Da nossa perspetiva, diríamos que este é um dos maiores desafios atuais que os líderes vivenciam no seu dia a dia. Em diferentes processos de coaching individual que acompanhamos, não só orientados às equipas, como também aos seus líderes, é usual surgir esta questão. O que normalmente trabalhamos junto destes líderes é a consciência e a necessidade de investirem em relacionamentos significativos, conhecendo a sua equipa e construindo relações de confiança. Para que estas relações de confiança sejam sustentadas e duradouras, a comunicação clara é fundamental, mantendo linhas de comunicação abertas e claras. Delegar responsabilidades demonstra confiança na equipa, permitindo que os diferentes elementos assumam responsabilidades e tomem decisões. Gerir pessoas passa também por incentivar o seu próprio desenvolvimento, tanto pessoal quanto profissional. Assim, o líder deve também estar atento em oferecer suporte e estar disponível para apoiar a equipa em momentos de necessidade, promovendo um ambiente positivo e inclusivo de forma a cultivar uma cultura organizacional saudável.
Quais são os maiores desafios enfrentados pelos líderes empresariais na atualidade e como podem ser superados?
Naturalmente que os desafios que os líderes empresariais enfrentam atualmente, varia de acordo com a área de negócio, o mercado em si, a dinâmica da empresa e as características do próprio líder. De forma global, as rápidas mudanças tecnológicas exigem que os líderes se mantenham atualizados com as inovações e as integrem no dia a dia das suas equipas, sendo que esta globalização impõe a necessidade de competir num mercado cada vez mais diversificado, exigindo estratégias de internacionalização (em algumas situações) e sensibilidade cultural. Outro ponto que consideramos, é a gestão de talentos. Este tema exige atrair e reter talentos num mercado altamente competitivo, o que pode ser colmatado com a aposta no desenvolvimento de carreira e benefícios competitivos. Neste aspeto, é onde trabalhamos de forma direta com as equipas e empresas de modo a identificar o que, para cada colaborador, pode ser o caminho para a sua retenção. Paralelamente, a sustentabilidade é um desafio que pode ser superado ao integrar práticas empresariais sustentáveis nas políticas e práticas da empresa, que cada vez mais os próprios colaboradores valorizam.
Quais são as competências específicas de liderança necessárias para gerir crises e tomada de decisões mais difíceis?
Invariavelmente, estas competência são voláteis e devem ser ajustadas às especificidades das situações e das características basilares das empresas. No entanto, e na nossa visão, consideramos que em situações de crise, uma tomada de decisão rápida é crucial, permitindo analisar rapidamente a situação e tomar decisões informadas. Mas não basta tomar só decisões – é necessário que a comunicação (interna e externa) seja eficaz para esclarecer as decisões e ações a serem tomadas. De uma perspetiva mais emocional, manter a calma sob pressão é vital para garantir as respostas adequadas e a racionalidade em situações de maior pressão. Só este lado racional é que poderá trazer um pensamento crítico que permitirá avaliar todas as opções e consequências antes de agir. A empatia é necessária para compreender e gerir as emoções das pessoas afetadas pela crise, e a adaptabilidade permite ajustar estratégias conforme o evoluir da situação.
Em que medida a liderança pode impactar a sustentabilidade e responsabilidade social?
Saiba a resposta a esta e outras questões na edição impressa do Jornal das Oficinas de agosto/setembro, aqui.