Iberização do Aftermarket: Vantagens e benefícios

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A iberização do aftermarket traz várias vantagens para o mercado e para as oficinas, incluindo um aumento da concorrência, que pode resultar em preços mais competitivos e mais opções de escolha para os clientes; Maior disponibilidade de produtos; Melhoria da qualidade dos produtos; Maior acesso a tecnologia; Aumento das sinergias entre empresas; e Acesso a um mercado maior, o que pode trazer oportunidades de crescimento

Relativamente às vantagens que a iberização traz para o aftermarket português, Flávio Menino (Autozitânia) diz que “Poderão ser diferentes consoante as estratégias e objetivos de cada empresa. Contudo, de uma forma geral, consideramos que as principais vantagens poderão ser a implementação de melhores práticas de cada mercado, a melhoria das condições comerciais e a extensão dos serviços proporcionados os seus clientes, através das sinergias possíveis entre parceiros ibéricos. As oficinas poderão ser as maiores beneficiadas com esta iberização do negócio pós-venda, pois com o aumento da competitividade nos players a montante, poderão usufruir de mais e melhores condições comerciais e serviços por parte dos seus fornecedores. Poderão obter melhores condições comerciais, mas a grande vantagem para as oficinas será sobretudo conseguirem melhores serviços essenciais para o seu sucesso a vários níveis, como informação técnica, apoio técnico, formação, entre outros.”

José Luís Bravo (ASER) defende que “O mercado, tornar-se-á um mercado cada vez maior e com maior peso nas estruturas europeias. Para as oficinas, haverá cada vez mais investimento na formação, no acesso à informação, na digitalização e na profissionalização.”

Joaquim Candeias (bilstein group) refere “As principais vantagens desta iberização do aftermarket prendem-se com uma oferta e uma disponibilidade maiores, trazendo inúmeros benefícios para as oficinas, mas de um modo geral, para quem atua neste setor. A concorrência é outro dos aspetos profundamente implicado neste fenómeno e que obriga os players a uma evolução muito mais rápida, precipitando, certamente, o abandono da zona de conforto.”

Pedro Proença (Create) assegura que “As vantagens são sempre dependentes da adaptação e resposta dos modelos de negócios aos mercados. Se isto acontecer as oficinas serão beneficiadas pela maior variedade de escolha e de soluções.”

Para Dário Afonso (ACM) “A grande vantagem da iberização é a transferência de boas práticas de um mercado para o outro e o aumento da dimensão de alguns players. A iberização deveria ser considerada para ambos os lados, já que temos empresas portuguesas que têm massa crítica para adicionar valor ao negócio do aftermarket em Espanha. Ambos os mercados são historicamente muito fracionados e, por isso, faz sentido que a consolidação se faça num contexto ibérico. As oficinas poderão beneficiar de mais e melhores conceitos oficinais. As opções de escolha serão maiores e a quantidade de oferta, levará invariavelmente à necessidade de aumentar a qualidade dos serviços prestados como formação, suporte técnico, ferramentas digitais, …”

Ricardo Caldas (Dayco), considera que “As oficinas beneficiam de mais concorrência e isso é muito positivo para elas e consequentemente para o cliente final, valorizando cada vez mais o aftermarket.”

Luís Ribeiro (Diesel Technic) diz “Com a chegada de novos players espanhóis ao mercado português chegarão certamente também novas soluções, que em última análise irão trazer benefícios às oficinas.”

Manuel Félix (Euromais) pensa que “As oficinas terão mais opções de escolha. Mas apenas para aquelas que sejam organizadas. Com o modelo de funcionamento que temos atualmente as oficinas vão sempre preferir o distribuidor local pelo elevado nível de serviço que dá. Se fossem organizadas pedissem o material com tempo, para as viaturas que já têm marcadas para efetuar o serviço, retirariam ainda mais vantagens.”

Nuno Garoupa (GiPA), refere “Quando temos grandes mudanças, existem também grandes oportunidades, logo depende do ponto de vista do empresário, pois para uns é uma grande ameaça e para outros uma grande oportunidade. As oficinas vão ter acesso a marcas que antigamente não tinham acesso, mais variedade de produtos e preços mais competitivos.”

Para Luís Almeida (Japopeças) “Todo o aumento de competitividade – seja pelo aumento do número de players, seja pelo aumento em escala dos existentes ou sinergias/parcerias criadas – reverte num benefício final para a oficina seja pela qualidade do serviço e soluções oferecidas ao mercado seja pela perspetiva comercial ao nível de preço. De igual forma, os bons exemplos de práticas e soluções que se diferenciem no mercado impõe uma evolução em todos os demais sob pena de não acompanharem o mercado. Isto traduz-se num aumento da qualidade e serviço prestado pela generalidade das empresas.”

Na opinião de Miguel Ruiz (Lizarte) “A iberização do mercado de pós-venda automóvel pode ter efeitos positivos em termos de aumento da concorrência e da oferta de produtos, bem como de redução dos custos para os consumidores. No entanto, também é importante ter em conta os desafios que pode colocar, como a necessidade de adaptação às diferenças culturais e linguísticas entre os dois países. Em todo o caso, é uma tendência que parece estar em curso e que pode ter implicações importantes para o sector automóvel em Espanha e Portugal.”

Beatrice Motycka (NER-TOR), afirma “À medida que o mercado se liberaliza, os grandes grupos e plataformas de distribuição vão moldando progressivamente o mercado à sua maneira, selecionando os seus parceiros e definindo os seus modelos de trabalho. A maior parte deles está a criar as suas próprias redes de oficinas. Deve dizer-se que a pertença a estas “redes/grupos” lhes permite beneficiar de condições em termos de gama, produtos, preços, formação, ferramentas informáticas e disponibilidade, que de outra forma não seriam tão abrangentes e competitivas.”

Nuno Reis (RedeInnov), assegura “Não creio que estejamos a assistir ainda a uma iberização do mercado. Vemos a montante dos distribuidores que essa iberização se está a dar muito lentamente, e os reflexos a jusante ainda são muito ténues. A exceção é precisamente em relação às oficinas, em que é visível o benefício das redes de oficinas ibéricas, que pela sua dimensão, têm uma capacidade muito mais forte de desenvolver as suas redes, dada a dimensão que atingem agregando ambos os mercados numa rede única.”

Para Paulo Torres (Vieira & Freitas) “A grande vantagem é o aumento da oferta, contudo, o risco de descida de margens e as consequências de que isso venha a provocar maiores dificuldades financeiras nos players, pode acontecer.”

Tiago Domingos (Auto Delta) diz “As oficinas são sempre as grandes beneficiadas, assim o queiram, da esmagadora maioria de movimentações globais de mercado e, quando falamos na potencial entrada de mais players com diferentes abordagens de negócio, estas só têm a ganhar. Seja através da entrada de novas marcas ou pelo maior desenvolvimento de algumas já existentes, a maior e melhor capacidade de disponibilidade e entrega e ainda, não menos importante, o fator preço que acaba por influenciar bastante a decisão de compra.”

Pedro Díaz (ZF Aftermarket) é da opinião “Quanto mais profissionalização existir, mais valor acrescentado será criado, melhores conceitos serão desenvolvidos, melhor apoio técnico será disponibilizado, mais e maiores estruturas de armazém irão aumentar o nível de serviço e disponibilidade das peças. Resumindo, maiores serão os benefícios para as oficinas e consequentemente para o consumidor final.”